Emerson Ferretti participa do painel na CONAFUT: Diversidade no Futebol é um Bom Negócio

Foto para o siteA CONAFUT (Conferência Nacional do Futebol) é um evento importante que acontecerá nesta semana dias 22 e 23/06 no Espaço FIT em São Paulo. Durante o evento, especialistas do setor se reunirão para debater e refletir sobre os principais temas do futebol brasileiro, além de promover networking entre clubes, investidores e entidades reguladoras.

A CONAFUT também inclui a premiação de profissionais destacados e oferece a oportunidade de participar de palestras e painéis de discussão, neste ano os temas serão: Diversidade no Futebol é um Bom Negócio; Apostas Esportivas: Regulamentação, Patrocínios e a Integridade do Jogo; Os Diferentes Modelos de Negócios dos Clubes; Futuro da Mídia Esportiva: Descentralização e Novos Formatos; O Futebol Feminino sob a Ótica de Negócios; A Liga: Nova Etapa da Transformação do Futebol.

Um dos temas dos painéis em pauta, Diversidade no Futebol é um Bom Negócio, traz a participação do ex-goleiro Emerson Ferretti.

Ferreti iniciou sua trajetória com 8 anos no Grêmio, passando por todas as categorias de base do time, até a profissionalização se consagrando Campeão.

Atuou no América-RJ, América de Natal, Bragantino, Flamengo, Ituano, Juventude e Bahia, onde se consagrou como ídolo, finalizando a carreira em 2007 aos 35 anos no Vitória, após a conquista do título estadual, contribuindo para o acesso à série B do campeonato brasileiro. Também foi campeão no Bahia, Flamengo e Juventude. Administrou o Esporte Clube Ypiranga da Bahia como presidente.

Formado em administração de empresas e pós-graduado em Gestão esportiva, hoje em dia trabalha como comentarista esportivo da TV Aratu (Emissora afiliada do SBT Bahia), além de manter um Podcast chamado Projeto Orbe.

O tema Diversidade no Futebol é um Bom Negócio pode trazer diferentes abordagens, um exemplo claro é de técnicos estrangeiros como Abel Ferreira atuando no Brasil.  Além de técnicos, grandes clubes têm a composição do seu elenco com jogadores estrangeiros.

Ou com as faixas etárias heterogênicas, assim equilibrando a equipe com a experiência e com a juventude dos seus componentes. 

Além disso, quem observa a composição padrão de times de futebol sabe que é normal que seus elencos sejam compostos de jogadores bem jovens e outros muito experientes, assim como pessoas que tiveram origens sociais distintas e, claro, características (e habilidades) físicas diferentes.

Apesar de ainda pouco mencionado no futebol existe também questão da orientação sexual, que geralmente é ignorada pelas equipes.

Em 2022 após 15 anos de aposentadoria, Ferretti foi notícia novamente após afirmar sua homossexualidade durante o Podcast ‘Nos Armários dos Vestiários’.

Após a repercussão que enfatizaram várias críticas alguns ex-clubes manifestaram apoio nas redes sociais, como Grêmio e Bahia.

Conversando com o Ferreti abordei algumas questões do cotidiano e do cenário nacional.

1. Em um trecho de uma de sua entrevista você menciona que escondeu durante muito tempo sua orientação sexual. Na sua opinião o que iria impactar sua vida profissional esta revelação?

Emerson Ferretti: Tenho certeza que as portas se fechariam e minha carreira seria comprometida a ponto de ser interrompida. Provavelmente as oportunidades ficariam muito raras para um jogador gay.

2. Nos dias atuais você considera que a orientação sexual de uma pessoa ainda é sinônimo de discriminação?

Emerson Ferretti: No futebol sim. A modalidade ainda não está preparada para ter um atleta assumidamente gay, ele ainda sofreria bastante discriminação. A sociedade em vários setores já mudou muito, talvez isso não seja motivo de discriminação em alguns setores. Mas o futebol precisa evoluir nesse sentido.

3. Após a revelação da sua orientação sexual, como você foi recebido posteriormente por membros do futebol no seu ciclo de amizades?

Emerson Ferretti: Para minha surpresa a repercussão foi muito positiva da minha fala, não chegou a mim nenhum tipo de retaliação, provocação ou de mensagens desaprovadoras. Eu tinha um certo receio que pudesse ser fechada portas profissionalmente, mas pelo contrário as coisas se abriram e o respeito de muita gente até aumentou. Acredito que pela forma que eu me posicionei e pela coragem de ter me posicionado. Enfim, não houve danos para minha surpresa, sendo uma repercussão muito melhor do que eu imaginava.

4. Infelizmente em pleno século XXI os membros da comunidade LGBTQIA+ lutam por direitos que parecem relativamente simples para qualquer pessoa. O desafio da inclusão é constante. Na sua opinião em relação a políticas públicas o que os governantes podem fazer para inserir está população no mercado de trabalho?

Emerson Ferretti: Acho que tudo isso passa pela educação. Em primeiro lugar o governo tem de criar políticas públicas que eduquem o povo de uma forma geral para entender que pessoas LGBT não ser diferentes nem inferiores, é todo mundo igual. Todos temos os mesmos direitos, isso é importante. A partir do momento que as pessoas intenderem isso, também não terá discriminação no mercado de trabalho. Então passa por isso, a educação, políticas públicas que transformem nossa educação façam que principalmente esses jovens que estão chegando intendam desta forma. Porque eles serão o futuro, é um momento de transformação.

5. Deslumbrando um futuro melhor, qual a mensagem que você quer deixar para a comunidade LGBTQIA+?

Eu vejo com muito otimismo essa luta e todo esse posicionamento que as pessoas da comunidade LGBTQIA+ estão tendo. Estamos ganhando espaço nessa batalha. Eu acho que é um caminho sem volta, mais cedo ou mais tarde iremos conquistar essa igualdade. Que nada mais é que Justiça de Direitos Iguais. Não estamos tentando tirar o espaço de ninguém, é só estar no lugar que nós também temos direito. É isso acreditar que estamos cada vez mais fortes nessa luta.

Portanto, a busca por igualdade e aceitação são constantes embora alguns avanços já foram conquistados como: Em 2008 as cirurgias de redesignação sexual começaram a ser oferecidas pelo SUS; 2013 Casamento entre pessoas do mesmo sexo, a igualdade para a família LGBTQIA+; 2018 e 219 respectivamente o Supremo Tribunal Federal decidiu que todas as pessoas transgênicas têm o direito de trocar o gênero em registro civil, em cartório; Enquadrou-se crime de homofobia e transfobia na lei de racismo, tornando crime, passível de ação penal, sendo inafiançável.

É importante essas conquistas jurídicas, mas ainda vivemos em um ciclo de desigualdades e diferenciações. Menor oportunidade no trabalho, nas hierarquias de diversos tipos, no acesso desigual a cultura, educação. Intolerância deve ser considerado crime e leva a uma sociedade não somente desigual, mas mais fraca.

Diariamente a comunidade LGBTQIA+ além de outras pessoas em condições não favorecidas lutam pelo simples direito de existir.

 

Texto: Giane Vieira

@giane.vvieira 

 

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