O caminho dos Campos: Marcelo Marelli

10.04.02
Imagem: Arquivo Serel/ PMO
Para quem acha que vida de técnico de futebol é fácil, certamente não conhece a rotina e a trajetória para alcançar o almejado.

Além dos estudos, pressão da diretoria, torcida e imprensa o caminho para chegar em um grande clube ou da seleção brasileira é longo.

Seja com admiração ou críticas inflamadas, para o técnico estar em evidência é preciso percorrer um longo caminho.

Um dos protagonistas brasileiros é o treinador Marcelo Marelli, que aos 41 anos, comemora 19 anos de atuação.

Para quem não conhece sua trajetória iniciou a carreira como jogador da base, mas como não conseguiu o protagonismo esperado saiu de cena em 2000 para estudar Educação Física.

Como estudante aos 23 anos, conseguiu uma oportunidade para atuar como estagiário no Flamengo RJ.

Posteriormente em 2007 disputou a Copa SP pelo Flamengo RJ, eu assumi em 2008 o sub 15. Passou pelo CFZ RJ, Corinthians, Atibaia, Flamengo de Guarulhos, Palmas, Ponte Preta, Bangu entre outros.

Além das realizações pessoais e dificuldades profissionais, dentro e fora do campo, em 2015 Marcelo superou um tumor na cabeça.

No início de 2023 à frente do Osasco Audax comandou a equipe da copinha (53ª Copa São Paulo de Juniores), finalizando na terceira colocação na última rodada da fase de grupos.

Posteriormente recebeu uma proposta do Taquaritinga para comandar a equipe principal, onde está atualmente.

Conversando com o treinador carismático, sobre os deslumbramentos da profissão e a realidade, Marelli não hesitou em responder nenhum dos questionamentos sobre a profissão.

1. Qual a sua visão sobre o futuro do futebol no Brasil?

Marelli: A mesma visão da sociedade em geral, uma desigualdade gigantesca, a realidade não é o glamour que aparece na televisão, dos grandes clubes, grandes salários. A realidade é de clubes com dificuldades financeiras, pouca estrutura, atletas ganhando pouquíssimo. De modo geral, precisa melhorar a organização.

2 - No futebol são valorizados os ex-atletas para assumirem cargos de direção técnica, mesmo sem formação. A experiência como jogador é fundamental para a função de técnico?

Marelli: Com certeza quem foi ex-atleta tem uma vantagem em relação a quem não foi. A vivência de anos, a experiência de vestiário é importante. Quem não foi atleta tem que buscar isso de outras formas, estágios, começar nas categorias menores na base, e ir progredindo aos poucos.

3 - Como o mercado do futebol vê os profissionais que querem ingressar nessa área, mas que NÂO atuaram como atletas profissionais?

Marelli: Sempre existiu um preconceito, uma restrição, muito pelos ex-atletas não quererem perder mercado, e espaço. Mas com alguns profissionais que não foram atleta tendo sucesso, como Parreira, campeão do mundo, essa questão diminuiu um pouco, mas até hoje existe esse questionamento. O mais importante não é o passado do profissional, e sim a competência, o caráter.

4 - Quais dicas você daria para quem quer ingressar nessa área? Existe um caminho a ser seguido?

Marelli: Buscar estudar, mas buscar vivenciar experiências, como estágios. Não ter pressa, dar tempo para ir se desenvolvendo como profissional. A mescla da vivência prática, com os estudos, é o melhor caminho.

5 - Como é a remuneração dos profissionais, existe algum padrão, piso ou teto salarial?

Marelli: Não existe teto salarial e nem piso, muitos iniciantes trabalham sem remuneração, pela experiência, pela vivência, e isso é importante no início. A remuneração na categoria de base no geral é ruim, em clubes profissionais é ruim. Com exceção de equipes grandes, e clubes de série A e B de brasileiro.

6- Como vc define sua passagem no Osasco Audax?

Marelli: Foi uma passagem curta, de muito aprendizado, com um resultado ruim na competição disputada.

07 - Quais os seus planos para o futuro?

Marelli: Estar sempre trabalhando em boas equipes, ganhar títulos. A médio prazo estar na elite do Futebol.

08- Aonde você quer chegar profissionalmente?

Marelli: Meu objetivo é chegar na primeira divisão do Campeonato brasileiro. Sonho um dia é disputar uma Copa do Mundo.

09- Falando em Copa do Mundo, na próxima edição com 48 seleções o Brasil ficará mais longe do Hexa?

Marelli: Acredito que a dificuldade não aumenta, a Copa com 48 seleções não aumenta a dificuldade, certamente o nível técnico das primeiras fases diminui com a entrada de seleções num nível técnico pior.

10 - Na sua opinião quem vai ser o novo técnico do Brasil em 2026?

Marelli: Abel Ferreira ou Jorge Jesus. Não é o meu desejo, mas o que eu acho.

15- Algo que você queira mencionar?

Marelli: Agradecer pela oportunidade da entrevista.

Podemos concluir que para lidar com a grande Paixão brasileira em meios de tantas dificuldades e instabilidades que cercam a profissão, é preciso uma dose extra de resiliência.

Ter a visão de deslumbramentos que os técnicos ganham muito dinheiro e vivem de glamour está absolutamente equivocada. Muitos treinadores espalhados pelo Brasil ganham baixos salários, sem a mínima garantia dos direitos trabalhistas.

É preciso persistência para chegar na minoria privilegiada de grandes times brasileiros. Por entanto, ao mesmo tempo que é justamente o desejo de muitas pessoas qualquer profissão exige estudo, experiência e foco.

 

Texto: Giane Vieira 

@giane.vvieira 

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